Danza y Pachakuti: el taqui como tecnología de reciprocidad humano–naturaleza

Dance and Pachakuti: The Taqui as a Technology of Human–Nature Reciprocity

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Resumen (es)

El artículo propone comprender el taqui andino —danza-canto ritual— como una tecnología de reciprocidad entre humanos y naturaleza, más que como una expresión estética. Desde una perspectiva decolonial y antropológica, dialoga con autores como Gell, Pescayre, Espejo y Díaz para desmontar la mirada eurocéntrica que ha transformado prácticas de crianza mutua en espectáculos patrimoniales. Mediante revisión de fuentes coloniales (Guamán Poma, Bertonio, Holguín), análisis comparado y testimonios etnográficos recientes, muestra cómo el taqui articula cuerpo, aliento y territorio en sistemas relacionales que sostienen la vida comunal. El estudio evidencia el desplazamiento del Qarwani por la Llamerada folclórica y plantea que las danzas rituales constituyen saberes ecológicos y epistemologías vivas capaces de reactivar la red de cuidados planetarios. 

Resumen (en)

This article interprets the Andean taqui—a ritual dance-song—as a technology of reciprocity between humans and nature rather than an aesthetic performance. Drawing on decolonial and anthropological frameworks (Gell, Pescayre, Espejo, Díaz), it critiques Eurocentric notions that turned acts of mutual nurturing into patrimonial shows. Through colonial sources (Guamán Poma, Bertonio, Holguín), comparative analysis, and recent ethnographic testimonies, the paper reveals how taqui links body, breath, and territory in relational systems sustaining communal life. The study highlights the displacement of the ancestral Qarwani by the folkloric Llamerada and argues that ritual dances embody ecological knowledge and living epistemologies capable of regenerating planetary care networks. 

Resumen (pt)

Este artigo investiga como diversas danças tradicionais andinas—com destaque para o taqui—funcionam como tecnologias de interação com a Pachamama, integrando dimensões ritual, produtiva e comunitária em um único gesto simbólico. A partir de revisão crítica de fontes coloniais (dicionários quechua e aimara; iconografia de Guamán Poma) e de quinze anos de investigação docente, complementada por entrevistas semiestruturadas, analisase como o canto–dança ativa processos agrícolas (germinação; ciclos de chuva; saúde do rebanho) e regula os ritmos da vida humana (semeadura, colheita, formação de casais). Os depoimentos indicam que nomear a semente “desperta” a pacha illa, que determinadas melodias convocam a chuva, e que a omissão desses rituais resulta em secas ou insucesso das colheitas. Concluise que essas práticas constituem um sistema ancestral de governança ecológica, cuja eficácia não se apoia no valor estético, mas na capacidade operacional de cuidado mútuo, oferecendo modelos de sustentabilidade e resiliência diante da crise ambiental.